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exploração pura – procura de sinais, de elementos – novas conexões

Em 2017 iniciamos um projeto de parceria entre o Instituto Leo e o Núcleo Exploratório do IED Brasil, a ideia era levar mais design para o curso do Leo Educa. A experiência foi muito boa, conseguimos envolver a empresa Eucatex e nos propusemos pensar uma nova geração de móveis de produção industrial, móveis multifuncionais para espaços reduzidos. Para atender a nova demanda de “habitação social”, espaços de até 30m2 em prédios de mais de 100 unidades, voltadas exclusivamente para aluguel.

O briefing é um primeiro e grande desafio, e logo entendimos que pensar em mudanças e uma constante da historia da sociedade, nos propusemos uma situação ideal. Pensar o mobiliário residencial das próximas décadas. Para isto, decidimos olhar o que aconteceu nos últimos 100 anos. O exercício foi muito muito inspirador e o apresentamos em forma de uma exposição, que é, ao mesmo tempo, uma provocação e uma homenagem, hackeando os mestres do passado em busca de respostas, a partir da abordagem do design.

Qual a etapa anterior à descoberta?, partimos deste questionamento. E descobrimos que a resposta é a exploração pura, a procura de sinais, de elementos, que conectados com as ideias de cada um de nós, disparem novas formas de desenhar e produzir móveis.

Essa pesquisa exploratória recusa as respostas prontas, as falsas tendências, as certezas de prateleira, para investigar, identificar, diagnosticar, desenvolver, prototipar, testar, corrigir e finalmente lançar uma coleção de mobiliário que tire proveito de todas as características físicas do material utilizado, incorporando inovação tecnológica na produção em grandes series, democratização do design e possibilitando ao usuário a customização da criação e uso do móvel em seus espaços de habitação.|

link do relatório hibridos hack

Christian Ullmann
Coordenador de projetos
Centro de Inovação do IED Brasil

Fonte: iT Projetos

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Caravela de bioplástico projetada pela Furf Design Studio utiliza algas para limpar as águas e surge como opção autossuficiente, barata e poética de intervenção urbana.

Dói saber que há pelo menos 20 anos a ciência sabe qual é a maneira mais eficiente e barata de solucionar a poluição orgânica das águas de rios e parques urbanos, e mesmo assim não conseguiu transformar esse conhecimento em realidade. Mas finalmente a história começa a mudar. Em colaboração com o oceanógrafo Bruno Libardoni, que está terminando o doutorado em Geociências na Universidade Federal Fluminense e que já passou por renomadas instituições de ensino na Europa, o premiado estúdio curitibano Furf Design, da dupla Maurício Noronha e Rodrigo Brenner, acaba de sair do forno com a Caravela, uma estrutura despoluidora de corpos de água que é sustentável, eficiente e democrática. E já que a palavra consta no dicionário: revolucionária.

Crédito: Furf Design Studio/Divulgação

A chave está no processo natural de crescimento das algas, que em simbiose com as bactérias, utilizam a poluição da água para acontecer. Por isso, toda a estrutura da embarcação que se move pelo espaço ao redor de um eixo, feita a partir de bioplástico com 10 m² e 3 metros de altura, foi pensada para otimizar o crescimento delas, com velas e elementos submersos que geram turbulência e movimento. Para delimitar o crescimento e impedir um desequilíbrio ambiental, a Caravela recebe uma tela de algas.

Por dia, segundo dados de pesquisas globais, as algas conseguem retirar 10 gramas de Fósforo das águas e geram 350 gramas de alga seca (biomassa). Ao longo de um ano, uma única Caravela pode render 1 tonelada de biomassa. Isso tudo por meio de um processo natural, sem uso de energia convencional e sem custo operacional pesado, como é comum em outras alternativas. “Essa é a honestidade científica do projeto. Não vamos inserir produtos. Vamos utilizar organismos do próprio ambiente. Implementada a Caravela, as algas começam a crescer, a água fica mais clara, com menos poluição. Depois de duas semanas, com crescimento máximo das algas, elas são colhidas e podem virar biocombustível, fertilizante para a agricultura, proteína para industria alimentícia ou bioplástico para construir mais caravelas“, celebra Libardoni.
A peça conta ainda com painéis solares que irão gerar energia elétrica para alimentar luzes de LED vermelhas e azuis que permitirão uma fotossíntese contínua durante a noite, aumento o potencial de crescimento das algas em até 40%.

Confira no esquema abaixo o funcionamento da Caravela

Crédito: Furf Design Studio/Divulgação

 

A peça tem ainda sensores que permitem saber as condições da água em tempo real. “As pessoas podem caminhar dentro dos parques, identificar a Caravela e obter os dados que quiserem. Isso é mais democrático e transparente do que só confiar em dados oficiais”, contam os designers.
Além de toda a solução despoluidora, a Caravela é uma intervenção urbana poética. “O movimento é quase como um balé, hora assumindo o formato de uma gota e outras vezes de barquinho caricato de origami”, brinca Brenner. O próprio nome e forma da estrutura nascem com ginga poética. “Na época das caravelas, tantos vieram aqui explorar para descobrir novos mundos. Hoje não existem mais mundos físicos a serem descobertos, mas novos mundos mentais, modelos de pensamento, percepções, consciências”.

Crédito: Furf Design Studio/DivulgaçãoO intuito é aplicar o projeto primeiro em Curitiba. O teste piloto em águas deve acontecer dentro de três meses, aproximadamente, depois de novos aprimoramentos. Os designers ainda avaliam o preço da primeira caravela. Por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a Prefeitura de Curitiba já sinalizou que apoia a iniciativa em seus parques.

Crédito: Furf Design Studio/Divulgação

 

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br

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Com as linhas triangulares, inspirada no principio da engenharia de treliças, que dá forma ao quadro da sofisticada AstanBike, nasce o design da primeira bicicleta brasileira sustentável e ecológica, produzida da fibra de madeira de oiticica, criada em 2014 pelos designers capixabas, Guilherme Pella e Nícolas Rutzen. Um produto com conceito contemporâneo, inspirado no minimalismo atual e nas linhas orgânicas remetendo à formas naturais e à fibra.

A AstanBike “resgata a integração entre o homem e o meio ambiente. Além da grande beleza e inovação no design.” Afirma Guilherme Pella, CEO e sócio-diretor da marca.

A bicicleta é lançada num momento onde o consumidor pede, cada vez mais, por produtos ecológicos que estejam alinhados com design e funcionalidade. “Os produtos sustentáveis e reciclados não podem mais ter aquela aparência de lixo reaproveitado. Pelo contrário, a beleza está na utilização de produtos orgânicos e de reciclagem numa ambientação e design que passa por um lifestyle”, comenta Nicolas Rutzen, CPO responsável pela AstanBike.

A partir da escolha da madeira é feito todo o processo de preparação da fibra da madeira para o corte das peças em, como um grande quebra-cabeças, seguido pelo processo de revestimento da lâminas, utilizando resina de mamona vegetal, 60% menos tóxica em relação a resina epóxi e com uma maior poder de impregnação na madeira, potencializando a vida útil da estrutura, protegendo contra radiação solar e intempéries, razão da alta resistência do produto e sua estrutura de construção. O quadro oco permite a bicicleta leveza tanto em suas linhas de desenho quanto no aspecto físico, com peso total bruto entre 8 e 10 quilos contra os 15 a 18 quilos das tradicionais em alumínio. Mas a Astan não para e continua investindo em inovação e tecnologia. “Nosso desejo é chegar a uma Astan pesando de 3 a 7 quilos.” Afirma Guilherme.

Das sobras para produção dos quadros, as fibras são utilizadas pra produção dos descansos, pedais, acessórios e chaveiros com o desenho do quadro, gerando um aproveitamento cerca de 80 a 90% da sobra do corte. Guidões e garfos são laminas prensadas com angulação e ergonomia apropriadas para atender a resistência perfeita e confortabilidade do usuário.

Todo nosso processo se inicia na escolha dos matérias, como nosso caso é 90% madeira, pesquisamos bastante ao longo de um ano vários tipo de madeira, como mogno e bambu, que são utilizados na maior parte das bicicletas em fibras naturais no mundo. A escolha da Oiticica, madeira de lei utilizada na fabricação do produto, veio por diversas razões, dentre elas ser uma árvore abundante, não estando em extinção, além de ser uma madeira nativa do Brasil, mais
predominantemente no norte e nordeste do pais. Na sequencia selecionamos as madeireiras com selos e certificação. Todo processo é cuidado e pensado para proporcionar um controle qualificado da cadeia produtiva.

Para produção de cada Astan usamos menos que 1% de uma árvore. O que significa que uma árvore de oiticica tem capacidade para produzir 120 bicicletas. Ainda assim está nos planos da Astan criar um
programa de replantio de árvores de Oiticica. Para cada AstanBike vendida a empresa vai plantar uma árvore de oiticica. “Ao replantar uma nova árvore para cada bicicleta vendida, estamos falando em um fator de mais de 100 vezes de reflorestamento.” Destaca o designer Nicolas.

Design, Tecnologia, Sustentabilidade e Inovação é o que está na base do conceito e visão da AntanBike e seus criadores. É a concepção do futuro, resgatando
a integração entre o homem e o meio. “Engajamento e visão de futuro que corre no sangue de um Astaniano.” Diz no release da AstanBike

Para Guilherme, o design é algo vital para transformação social. “Vejo design em tudo, independente da crença que cada um tem, fomos de alguma forma moldados, como fruto de um design. Me impacta muito quando designers pelo mundo criam projetos que ajudam a superar problemas, para enchentes, falta de água ou campos de refugiados, por exemplo. O design não resolve apenas problemas de um produto físico mas se expande para todas as áreas da vida. Acredito que o design deveria ser ensinado nas escolas desde o ensino fundamental. Pois, entendo que isso ajudaria a esses indivíduos a se tornarem jovens e adolescentes com maior capacidade e potencial de resolver seus problemas, maior facilidade e habilidade instrucional, em qualquer esfera da sociedade.”

Enquanto falava da AstanBike inevitavelmente se reflete quanto a design, sustentabilidade e responsabilidade social. E a conversa com o Guilherme, CEO da Marca, só reforça a visão e o comprometimento da empresa. “Acredito que o peso que o design como agente social é enorme pois, pode ser um líder a frente desse campo. Design para mim é solução de problemas. Design é política e pode contribuir para mudanças sistêmicas nas cidades. Vejo o design como uma chave para um futuro agora porque ele tem a capacidade de unir interesses, disciplinas em um objetivo comum, multidisciplinar, um agregador com potencial para fazer um pacto para atrair uma nova era para o Brasil e o mundo de mudanças que podem impactar de fato na qualidade de vida das pessoas.”

A AstanBike já nasce moderna e certa do seu comprometimento. Enxergando que sua postura ética contribuir para economia criativa local e gerar automaticamente impactos sociais e econômicos reais para o seu estado. Como bem disse Guilherme “design no meu estado é como um diamante bruto a ser lapidado.”

A marca é o resultado de investimento, abnegação, resiliência, criatividade e inovação. Já é uma referência em no estado e, só isso, já uma super vitória. Estão inspirando jovens, estudantes de design a não enterrarem seus sonhos e projetos. Acreditando que o design tem o poder gigantesco de mudar as coisas.

A Astan só está a venda pela internet no momento. Aos amantes das bicicletas, do design, do estilo e da ecologia, a empresa está dando um desconto de lançamento de 20%, que pode ser encontrada em www.astan.co

Vida longa a AstanBike.

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